Mulheres com excesso de pelos na face (hirsutismo), acne ou aumento da musculatura, podem estar com produção excessiva de hormônios masculinos.
O hirsutismo é definido como a presença de pêlos terminais (mais grossos e escuros) na mulher, em áreas anatômicas características de distribuição masculina (como acima do lábio, no queixo, em torno dos mamilos e na parte inferior do abdome). Pode manifestar-se como queixa isolada, ou como parte de um quadro clínico mais amplo, acompanhado de outros sinais de hiperandrogenismo (excesso de hormônio masculino, como acne, seborreia ou alopecia – queda de cabelo), virilização (hipertrofia do clitóris, aumento da massa muscular, modificação do tom de voz), distúrbios menstruais e/ou infertilidade.
O hirsutismo pode ser classificado em três categorias:
a) excesso de hormônios masculinos (androgênios) produzido pelos ovários e/ou adrenais,
b) aumento na sensibilidade cutânea aos hormônios masculinos (androgênios) circulantes,
c) outras situações que envolvam alterações secundárias no transporte e metabolismo dos hormônios masculinos (androgênios)
No primeiro caso, estão agrupados a Síndrome dos ovários policísticos (SOP), a hiperplasia adrenal congênita forma não clássica ou de início tardio, a Síndrome de Cushing (vide alterações de suprarrenal) e os tumores produtores de androgênios (hormônios masculinos) ovarianos ou adrenais. O segundo grupo,corresponde ao hirsutismo dito “idiopático”, caracterizado por hirsutismo isolado, na presença de ciclos menstruais regulares e ovulatórios. No terceiro grupo, outras situações como doenças da tireóide, hiperprolactinemia (aumento do hormônio prolactina), uso de drogas (fenotiazinas, danazol, metirapona,ciclosporina, entre outras), podem levar secundariamente a um quadro de hirsutismo.
Por isso, mulheres com aumento de pelos precisam ser avaliadas por um endocrinologista.